Edge ST grande impressiona pelo desempenho do motor V6 biturbo acoplado à transmissão automática de oito marchas. É também equipado com muitos itens de direção semiautônoma

Por Paulo Eduardo
Edge ST se impõe pelas grandes dimensões. Impressiona mais a largura do que o comprimento, alem das rodas enormes de 21 polegadas na cor preta. Essa é uma das razões pelas quais a vocação é bem mais estradeira do que urbana. Grande grade frontal acima de uma menor e enorme abertura, onde fica o farol auxiliar, dá aspecto de robustez ao conjunto. Linhas limpas nas laterais com vincos nas partes superior e inferior. Concorre com Audi Q5, BMW X3, Jaguar F-Pace, Jeep Grand Cherokee e Mercedes GLC. O preço sugerido de venda é de R$ 299 mil e garantia, de três anos sem limite de quilometragem.

Motor
Chamado de crossover pelo fabricante é produzido no Canadá e importado para o Brasil. O motor V6 biturbo Ecoboost substitui o 3.5 V8 aspirado. São 51 cv e quase 20 kgfm de torque a mais do que o antecessor. A pressão do turbo é de 1,4 bar. A tração é 4×4 sob demanda. A traseira está sempre desconectada e atua conforme necessidade.
A versão anterior Titanium deu lugar à ST, que é a divisão esportiva da marca do oval azul. Assim, motor, suspensão, desempenho e direção são incrementados. Esse grandalhão voltado para a família visa conforto, tecnologia, espaço e desempenho. A ST tem molas dianteiras enrijecidas em 10% e a traseira em 20%. Outra alteração é barra estabilizadora dianteira tubular trocada por uma mais rígida.
Bom isolamento
Para-brisa e vidros laterais laminados contribuem para melhorar o conforto acústico. Desempenho é excelente. Edge leva pouco mais de seis segundos para atingir 100 km/h e a velocidade máxima é de 209 km/h, controlada eletronicamente. O peso supera as duas toneladas: exatos 2.116 quilos.
Não faltam mimos no interior: bancos ventilados e aquecidos, dois monitores de oito polegadas para ocupantes do banco traseiro, carregamento de celular por indução, sistema de som B&O, bancos dianteiros com regulagens elétricas, incluindo lombar para motorista e ageiro, navegação, abertura das portas por código e partida remota; sistema multimídia Sync 3 tem tela tátil e muitas funções acionadas por comando de voz. Forração dos bancos em tecido nas partes centrais ajuda na transpiração. Assentos deveriam ter mais comprimento para apoiar totalmente as pernas. O que destoa no ótimo acabamento interno são parafusos aparentes em todas as portas nas dobradiças que fazem a ligação com a carroceria. Imperdoável em carro de valor elevado.

Auxílios à condução
Em relação à direção semiautônoma estão presentes o farol alto automático, que a para o baixo para não ofuscar carros em sentido contrário; sistema de permanência em faixa com intervenção na direção; alerta de colisão com assistência autônoma de frenagem e detector de pedestre, o carro freia em caso de colisão iminente; auxiliar de manobras evasivas, detector de ponto cego com alerta de tráfego cruzado. Além de piloto automático adaptativo com parada e partida, estacionamento automático e câmera de ré.

O enorme porta-malas de 602 litros de capacidade do Edge ST tem abertura e fechamento automático por comando na chave, no ou simplesmente ando o pé sob o para-choque traseiro. E tapete bandeja de borracha sobre o carpete é muito útil e fácil de limpar. o fácil aos bancos dianteiros e ao traseiro.
Andando
Ao volante, sente-se o poder do motor V6 biturbo. Acelerações muito rápidas e retomadas (ultraagem) também. Funções do câmbio estão concentradas em comando rotativo no console. Fácil de operar. Complicada é a ergonomia no volante com muitas funções. Faz-se necessário tirar os olhos da via para á-los. Trocas rápidas no câmbio automático com conversor de torque impressionam. Ocorrem reduções com a diminuição velocidade. A calibragem da direção fica mais pesada ainda no modo esportivo. No modo D não transmite também sensação de aderência. No modo S, o som do motor fica mais alto.
Se na estrada é ótimo dirigir o Ford Edge ST, na cidade é o contrário. A largura de 1,92 sem espelhos retrovisores dificultam manobrar em garagem. Diâmetro de giro grande (12 metros) não ajuda. São situações opostas. A confortável suspensão na estrada não absorve as imperfeições do piso, principalmente remendos ou recortes de asfalto e ondulações. Inclinação da carroceria em curva, apesar do controle anticapotamento, não incentiva exageros. A transferência para o interior é inevitável pelas rodas enormes de 21 polegadas e pneus de perfil baixo (40). São apenas 10,6 centímetros de altura de borracha.
Freia rápido
Freios excelentes em situação de emergência. Faróis totalmente de LED dão segurança na condução noturna. O Edge é daqueles carros feitos para sair da garagem e ir diretamente para a estrada. Dirigindo dentro dos limites previstos em lei na estrada a média de consumo de gasolina foi de 10 km/l. Na cidade, oscilou entre 3 km/l e 4,5 km/l. É um esportivo disfarçado de SUV ou crossover, como prefere o fabricante.
Ficha técnica Edge ST
Motor
De seis cilindros em V, transversal, gasolina, 2.688 cm³ de cilindrada, 24 válvulas, de 335 cv de potência a 5.550 rpm e torque máximo de 54,5 kgfm a 3.250 rpm
Transmissão
Tração integral e câmbio automático de oito marchas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 12 metros
Freios
Disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira
Suspensão
Dianteira, Mherson, barra estabilizadora; traseira, multibraços, barra estabilizadora; altura do solo, 20 cm

Rodas/pneus
8×21” de liga leve /265/40R21
Peso
2.116 kg
Carga útil (ageiros+ bagagem)
469 kg

Capacidades (litro)
Tanque, 70; porta-malas, 602; ângulos de ataque/saída/rampa, 27/31/21 graus

Dimensões (metro)
Comprimento, 4,80; largura, 1,82; altura, 1,73; distância entre-eixos, 2,85
Desempenho
Velocidade máxima, 209 km/h; aceleração até 100 km/h, 6,2 segundos
Consumo (km/l)
Urbano, 7,3 estrada, 9,4