Linhas atraentes, desempenho, espaço interno e porta-malas são destaques do Citroën Basalt Shine 2025. Acabamento simples indica carro de custo baixo. Há alguns problemas em ergonomia. Leia o teste
Por Paulo Eduardo
O mercado dos SUV’s permanece em alta e aqueles denominados cupê pela inclinação do vidro traseiro a 45 graus têm espaço cativo. A Citroën vislumbrou o nicho e lançou o Basalt na esteira do sucesso do C3 Aircross.
Trata-se de modelo com economia em alguns itens: cintos dianteiros sem regulagem de altura, coluna de direção regulável somente em altura, material de aparência mais simples no central e nos de forros de porta.
As linhas da carroceria do Citroën Basalt Shine 2025 são quase unanimidade pelo equilíbrio e harmonia. Sem exageros e inconfundíveis. O acabamento interno indica projeto de custo baixo pelo aspecto do material (polipropileno) no central e nos forros de porta.
A monotonia é quebrada pela aplicação de material com textura no central e em partes dos forros de porta. Porém, os encaixes de forração do teto com aqueles das colunas A (dianteiras) estão benfeitos.
O espaço interno é avantajado. No banco traseiro, o espaço para pernas é muito bom mesmo que os bancos dianteiros estejam totalmente recuados. Uma boa solução para os que não se importam com a turma de trás. É também muito bom o espaço para ombro e cabeça.
O porta-malas enorme do Citroën Basalt Shine 2025 dispensa arrumação. A tampa pesada tem apenas local de fechamento no lado direito, dificultando para canhoto. Uma das falhas em ergonomia. O encosto não é fracionado e impossibilita misturar ageiro e bagagem.
O acabamento sob o forro é no prime assim como no compartimento do motor. Aliás, tendência atual da indústria para baixar custo até em modelos de preço mais elevado.
O quadro de instrumentos de sete polegadas é configurável. A tela tátil de 10,25 polegadas é compatível com Android e Apple. São três portas USB (duas para o banco traseiro) e uma tomada de 12 volts. O ar é digital de uma zona.
A maioria dos comandos do Citroën Basalt Shine 2025 está ao alcance das mãos, mas os comandos dos vidros traseiros atrás da alavanca do freio de estacionamento estão em posição nada ergonômica para economizar fiação. Os vidros abrem e fecham com um toque, mas como não há temporizador, a parte elétrica tem que estar ligada.
Os bancos dianteiros e o traseiro estão em posição elevada. Apesar disso, o banco do motorista tem regulagem de altura e é bom o posicionamento ao volante, que reúne alguns comandos, e está revestido corretamente com material rugoso. O revestimento dos bancos em material sintético não permite transpiração e contraria a ergonomia.
Os limpadores do para-brisa limpam uma boa área, mas são ruidosos. Lavadores espalham bem a mistura água e xampu, mas não têm a eficiência do jato em spray. Vidro traseiro dispensa limpador pela inclinação semelhante à dos sedans.
Retrovisores bem dimensionados compensam a visibilidade traseira limitada pela largura da coluna C (traseira). Câmera de ré ajuda consideravelmente em manobra juntamente com o sensor de estacionamento.
A direção do Citroën Basalt Shine 2025 é leve em manobra e com peso em velocidade mais alta. Está bem calibrada sem ser comunicativa. O diâmetro de giro médio (11 metros) não complica manobra em garagem.
O desempenho do motor 1.0 turbo de três cilindros herdado da Fiat é destaque na aceleração e na retomada. É ruidoso. Nem o material antirruído sob a tampa do capô e no de fogo impede de o barulho de funcionamento invadir o habitáculo.
Há três modos de condução: Drive, Manual e Sport, e nesse último as marchas são trocadas em rotação mais alta e melhora o desempenho. Há ligeiro retardo para o carro deslanchar na aceleração e ultraagem por causa do câmbio CVT, característica dele, de sete marchas assinaladas.
Há controle automático de velocidade. O consumo de gasolina registrado no computador de bordo variou entre 6 km/l e 8,5 km/l na cidade. Na estrada, variou de 13 km/l a 14 km/l com ar ligado.
A suspensão do Citroën Basalt Shine 2025 está bem calibrada e ocorre pouca movimentação da carroceria em curva, apesar da grande altura do solo (18 cm). Os pneus de perfil 60 têm 12,3 cm de altura lateral e contribuem para a transferência moderada das imperfeições para dentro.
Os freios cumprem bem a função e param o SUV em espaço de segurança. Os faróis com luzes de halogênio não têm o poder da luz de LED. O facho baixo tem bom alcance e os faróis auxiliares ajudam. Luzes de rodagem diurna (DRL) são em LED.
O Basalt está equipado com airbags laterais dianteiros, controles de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa, alarme periférico, vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico, entre outros já citados no texto.
O preço sugerido do Citroën Basalt Shine 2025 é de R$ 115.890 e na oferta, de R$ 104.990. A pintura metálica com teto preto custa R$ 3 mil. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem.
Ficha técnica Citroën Basalt Shine Turbo 200 2025 2m4n18
Motor
Dianteiro, transversal, de três cilindros em linha, turbo, 12 válvulas, flex, 999 cm³ de cilindrada, com potências de 130 cv (etanol) e 125 cv (gasolina) a 5.750 rpm e torque máximo de 20,4 kgfm (e/g) a 1.750 rpm
Transmissão
Tração dianteira e câmbio CVT com sete marchas simuladas
Direção
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica; diâmetro de giro, 11 metros
Freios
Disco sólido na dianteira e a tambor na traseira
Suspensão
Dianteira, Mherson, barra estabilizadora, amortecedores com stop hidráulico; traseira, eixo de torção, stop hidráulico; altura mínima do solo, 18 centímetros;
Rodas/pneus
6 x 16”de liga leve/205/60R16
Peso
1.191 kg
Carga útil (ageiros + bagagem)
400 kg
Capacidades
Porta-malas, 490 litros: tanque, 47 litros; ângulos de ataque/saída (graus), 20,8/28
Dimensões (metro)
Comprimento, 4,343; largura, 1,821; altura, 1,585; distância entre-eixos, 2,645
Desempenho
199 km/h. 0 a 100 km/h: 9,7 s etanol e 10,2 s gasolina
Consumo (km/l)
Urbano, 8,3 (e) e 11,9 (g); estrada, 9,6 (e) e 13,7 (g)