Em comparativo com versão normal em trânsito urbano, SUV compacto com sistema híbrido leve teve ganho médio de 20% de eficiência

O Autos Segredos antecipou em dezembro de 2023 que os Fiat Pulse e Fastback seriam os primeiros híbridos da marca. Onze meses depois, nossa informação é confirmada. O sistema híbrido batizado de T200 Hybrid está disponível para as versões Audace e Impetus. 

O ganho de consumo com o sistema híbrido leve de 12 Volts fica em 10,7% para o Pulse T200 Hybrid em trânsito urbano, não importando se ele está com etanol ou gasolina no tanque. Já o Fiat Fastback T200 Hybrid teve ganho de 11,5% na gasolina e 9,8% no etanol, também no ciclo urbano.

Consumo oficial dos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid

Confira os consumos dos SUVs compactos da marca italiana pelo PBEV

  • Pulse
    Urbano: 13,4 km/l (gasolina) / 9,3 km/l (etanol)
    Estrada: 14,4 km/l (gasolina) / 10,2 km/l (etanol)
  • Fastback
    Urbano: 12,6 km/l (gasolina) / 8,9 km/l (etanol)
    Estrada: 13,9 km/l (gasolina) / 9,8 km/l (etanol) 

Participei da prévia de lançamento do sistema híbrido, onde pude comparar o consumo do Pulse Turbo 200 com o do Pulse T200 Hybrid 2025. 

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Para fazer a comparação, a engenharia da Stellantis preparou um trajeto em ciclo urbano em Belo Horizonte (MG). Percorri 11,1 quilômetros entre avenidas e ruas, mesclando subidas, algumas vias planas e algumas descidas. 

No trajeto, o trânsito estava carregado como tem se tornado comum na capital mineira. 

Optei por ir primeiro no Fiat Pulse Turbo 200 Flex que estava abastecido com etanol. Saí da Casa Fiat de Cultura acompanhado de um engenheiro da marca e com o ar-condicionado ligado o tempo todo. Ao retornar para centro de cultura, a minha média de consumo ficou em 4,3 km/l.

Novamente saindo da Casa Fiat de Cultura e seguindo o mesmo trajeto, zeramos o hodômetro do Pulse T200 Hybrid. A primeira surpresa vem na partida do motor que fica mais silenciosa e também mais rápida. 

Na companhia de outro engenheiro e fizemos o percurso com o ar-condicionado ligado o tempo todo. Para minha sorte, peguei basicamente o mesmo trânsito do primeiro que fiz com o Turbo 200 Flex. 

Nas paradas do semáforo, o Start&Stop entra em ação desligando o motor para oferecer melhor consumo. O carro volta rapidamente a funcionar graças ao motor elétrico multifuncional. Há quem não goste de usar o Start&Stop por interromper o funcionamento do ar-condicionado, basta deixar o sistema de refrigeração no automático, que a central entende que é para não acionar o desligamento do motor. 

Ao retornar para a Casa Fiat Cultura, o hodômetro do carro marcava 11,4 quilômetros rodados, acabei percorrendo cerca de 300 metros a mais. O consumo ficou em 6,1 km/l, ou seja, o sistema híbrido leve me ajudou a melhorar o consumo em 30%. 

Vale ressaltar que em momento algum eu mudei o meu modo de dirigir, mantendo o mesmo ritmo de acelerações e retomadas.

A média de eficiência dos 20 jornalistas que participaram do comparativo ficou com 20% de melhoria. 

Mas é claro que o consumo tem variação por conta do modo de dirigir de cada motorista e também de acordo com a cidade. Em Brasília, por exemplo, os Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid devem ter excelentes médias de consumo.

Supondo que você que está lendo este texto é bom motorista e tenha uma eficiência na casa dos 20% a 25%, dá para rodar tranquilamente com etanol, tendo a mesma autonomia como se tivesse usando gasolina, mas com a vantagem de pagar menos pelo quilômetro rodado. 

Como funciona o sistema híbrido leve da Fiat?

O motor elétrico de 12V e 3kW fica conectado mecanicamente ao motor a combustão, sendo alimentado pelas duas baterias, a de chumbo-ácido instalada no cofre do motor e pela íon de lítio que fica sob o banco do motorista. 

Não há mudança de desempenho, a Stellantis até poderia ter adicionado alguns cerca de 4 cavalos de potência e 1 kgfm de torque, mas o foco do sistema híbrido leve da marca é melhorar a eficiência em consumo e também emitir menos CO2. 

No entanto, apesar de não somar a força oferecida pelo motor multifuncional, a potência e o torque gerados pelo elétrico são poupados do motor térmico. E tudo é feito de forma automática. Isso é um dos fatores que contribuem para a redução de consumo. 

O gerenciamento do motor multifuncional é feito pelo módulo de comutação das duas baterias chamado de DBSM, ele atua para conectar, separar e controlar as duas baterias, sempre seguindo a ordem da central eletrônica para operar com a carga adequada e com melhor eficiência. 

O motor multifuncional elimina o motor de partida e também o alternador. Ele pode atuar de duas maneiras. Atuando como alternador inteligente ele carrega as baterias. Já no modo neutro, as baterias de chumbo-ácido e/ou íon de lítio estão carregadas, nesta condição, ele permite que as baterias mantenham as cargas elétricas do veículo. 

Como todo híbrido, os Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid regeneram energia durante as desacelerações. Chamado de e-Regen, ele converte a energia mecânica em energia elétrica que fica armazenada nas duas baterias (chumbo-ácido e íon de lítio). De acordo com a engenharia da Stellantis, ele recupera até 25% da energia que seria desperdiçada em motor a combustão convencional. 

O motorista pode acompanhar o funcionamento do sistema híbrido pela tela do computador de bordo em LCD de 3,5” na versão Audace e também no quadro de instrumentos digital de 7” na Impetus.

Fazendo um paralelo, é como se o motorista tivesse visualizando um econômetro, já que ele indica as situações de gasto de energia da bateria e também de recarga. Ele pode de certa forma “educar” o motorista a dirigir de uma forma mais eficiente. 

Preços dos Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid

Confira os valores das versões Audace e Impetus dos SUVs híbridos da marca italiana:

  • Pulse Audace T200 Hybrid AT – R$ 125.990
  • Pulse Impetus T200 Hybrid AT – R$ 140.990
  • Fastback Audace T200 Hybrid AT – R$ 151.990
  • Fastback Impetus T200 Hybrid AT – R$ 161.990

As versões Audace e Impetus dos SUVs ficaram cerca de R$ 2 mil mais caras, o que não é um grande aumento, considerando ganho de consumo entre 10% e 12%. 

Os modelos são enquadrados como híbridos, sendo isentos de rodízios em São Paulo ou tendo descontos de IPVA, dependendo do estado. Para quem mora em Minas Gerais, os compradores terão isenção total do imposto, já que uma lei estadual isenta o IPVA para modelos híbridos e elétricos produzidos no estado. 

Com sua plataforma Bio-Hybrid, a Stellantis inicia sua era de eletrificação com produção local, democratizando o uso da tecnologia que até então estava disponível somente em modelos mais caros da concorrência. 

A marca também dá o primeiro o para ampliar a eletrificação de sua gama local. O próximo o será dado com a estreia de um sistema HEV que deve aparecer na próxima geração do Com. 

Visualmente, os Fiat Pulse e Fastback T200 Hybrid não tiveram mudanças. Somente, o SUV Coupé é que recebeu a cor Azul Amalfi e um acabamento em Black Piano na grade dianteira. De resto tudo fica igual.