Andamos no crossover médio eletrificado da marca coreana, que oferece amplo espaço interno e conjunto eficiente
Por Fernando Miragaya
Todo mundo fala que o híbrido é a primeira etapa no campo da eletrificação no Brasil. A Hyundai pegou esse caminho agora com o Kona Hybrid, só que a estrada já está meio congestionada com um best seller queridinho e uns chineses bons de preço.
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Então, o que o Kona, com seu motor híbrido, oferece para a Hyundai querer percorrer esse trajeto já dominado pelo Toyota Corolla Cross e impactado por GWM Haval H6 e BYD Song Pro. Autos Segredos dirigiu o crossover coreano de Guarulhos a Guararema, em São Paulo, para avaliar se o modelo tem predicados para tal.
Ao todo foram cerca de 200 km entre trechos urbanos, de rodovias expressas e de curvas sinuosas. Sempre a bordo da versão Signature do Kona Hybrid, que custa R$ 234.990 – a mais barata parte de R$ 214.990, conforme você conferiu na matéria de lançamento.
Antes de pôr o câmbio em drive, aquela primeira impressão da cabine. As telas integradas curvas com cluster e multimídia nem chamam tanto a atenção quanto o espaço interno.
O Kona Hybrid tem 1,83 m de largura, o que explica a generosa distância para o meu companheiro de viagem acomodado no carona. Além disso, há espaço de sobra para pernas e os bancos têm boa densidade e abas que acomodam confortavelmente mesmo um ser corpulento como este que vos escreve.
O posicionamento da elegante alavanca de câmbio na coluna de direção ainda permite aproveitamento do espaço na frente e do console central. Lá ficam o carregador de celular por indução, práticos porta objetos e descansa-braço.
Dou aquela checada no banco de trás. Com 1,73 m de altura e com assento do motorista posicionado para mim, fico com joelhos e pernas à vontade. A cabeça, contudo, quase raspa no forro superior nesta configuração que tem teto solar de série.
Um terceiro ageiro adulto na parte do meio do assento, porém, pode se incomodar com o túnel elevado no assoalho e a parte de trás do console central, onde ficam as saídas do ar-condicionado e tomadas USB dos tipos A e C.
O ambiente na cabine também consegue mesclar requinte com um desenho sem exageros e minimalismo na dose certa. Para a felicidade da Geração X, há comandos físicos e intuitivos do ar dual zone e da multimídia.
Começamos pelo ambiente onde qualquer híbrido tem a função de ser eficiente. No trânsito pesado de uma manhã de quinta-feira, basicamente o motor de combustão do conjunto híbrido do Kona não dá sinal de vida.
No anda e para e dosando o pé, só o elétrico opera. Este é alimentado por uma bateria com capacidade de 1,32 kWh instalada abaixo do assento traseiro. Lá também fica posicionada a bateria de baixa tensão do crossover médio.
Pelos padrões do Inmetro, as médias de consumo na cidade apontam 18,4 km/l. Parece factível, já que, nesse momento, o computador de bordo fica entre 18 km/l e 19 km/l.
Nos buracos do test drive urbano, a suspensão Mherson na frente e multilink na traseira (com braços oscilantes) trabalha bem. O nível de vibração na frente é bem baixo.
O vão livre do solo de 17 cm – 1 cm a mais que o europeu, mas não o suficiente para o Kona Hybrid ser classificado como SUV no Brasil – livra a frente de raspar nas valetas e saídas de ladeira.
A posição de dirigir agrada, não é nem muito alta, nem deveras baixa. A visualização do quadro de instrumentos é funcional, sem frescuras ou excesso de informações.
Ganhamos a rodovia Ayrton Senna, que tem máxima permitida de 120 km/h, para acelerar o conjunto com potência máxima combinada de 141 cv e torque máximo combinado de 27 kgfm. No modo Eco de condução, o desempenho lembra o de um pacato sedã japonês.
As acelerações são moderadas e graduais, mas facilmente o velocímetro aponta 110 km/h. Ao manter velocidade de cruzeiro constante, o sistema hibrido do Kona desativa a unidade de combustão aspirada com injeção direta e aciona a elétrica. Mas qualquer pisadinha mais forte no pedal do acelerador ressuscita o 1.6 a gasolina.
Na estrada mpressiona o silêncio a bordo. Vale ressaltar que essa versão Signature tem para-brisas acústico.
Tudo muda ao mudar o botão giratório Drive Mode no console central para a opção Sport. O conta-giros eletrônico do fica vermelho e as rotações do motor de combustão sobem imediatamente.
O Kona híbrido não vira um esportivo, obviamente. Contudo, fica mais esperto e com respostas mais imediatas. Mesmo assim, as retomadas são seguras sem dar aquele tranco no corpo.
O barulho do conjunto mecânico se faz ouvir nessas situações. Além disso, qualquer menção de encostar na faixa de rodagem sem acionar a seta faz soar o apito do alerta de permanência em faixa, que tem função de correção no volante também.
Por falar em seta, ao acioná-la, na versão topo de linha Signature, uma tela redonda surge no . E mostra as imagens em grande angular do ponto cego – seja na direita ou na esquerda.
Ainda tivemos tempo de ar com o Hyundai Kona híbrido por trechos sinuosos. O crossover médio aponta bem nas curvas. Mesmo com seu porte, a carroceria aderna dentro do previsivel.
Nessa rápida e completa viagem, o Kona híbrido se mostrou credenciado para encarar o Corolla Cross Hybrid, e mais equipado e bem acabado que os chineses. A questão, agora, é lá no ponto de venda.
Foto principal | Hyundai/Divulgação