A Fiat quer inaugurar uma nova era no mercado brasileiro com a Toro: a marca quer mostrar ao consumidor que pode ter um produto de nível superior no mercado nacional. Desde o começo do projeto, nossas reportagens já indicavam que a picape seria diferente de qualquer veículo Fiat já existente no mercado nacional. Do desenho ao conjunto mecânico, ando pelas partes de estrutura e acabamento, o mote do desenvolvimento foi fazer um produto que representasse essa nova era. 2i4l6x
Todas as versões vêm de série com direção elétrica, ar-condicionado, assistente de partida em rampa, travas e vidros elétricos e controles eletrônicos de tração e estabilidade. Clique aqui e veja todos itens de série e opcionais da picape.
Veja abaixo os preços de todas as versões:
O mix de vendas é de 60% paras versões diesel e 40% para a opção flex, divididos em 30% para a Volcano, 40% para Freedom 1.8 Flex, 18% Freedom 2.0 diesel 4×2 e 12% para Freedom 2.0 diesel 4×4. Apesar disso, a marca não tem um perfil de comprador definido. Traçar esse perfil só será possível dentro de seis meses, de acordo com o executivo Carlos Eugênio Dutra. A Toro foi pensada para agradar homens, mulheres, jovens e idosos. Para a versão Freedom 1.8 Flex e a top de linha Volcano, a marca quer abocanhar clientes de outras categorias, como a de SUVs e sedãs. Já nas opções Freedom a diesel, o foco são os compradores de picapes.
Porém, em nosso primeiro contato com a Toro, constatamos que, apesar do bom espaço lateral e do entre-eixos de 2,99m, o banco traseiro não acomoda com conforto três ocupantes. Como o piso não é plano, o ageiro do meio fica sem espaço para acomodar os pés. Outro ponto negativo é o porta-copos embutido no encosto, que fica bem saliente, empurrando o corpo do ageiro para a frente.
A picape é construída sobre a plataforma global Small-Wide, que é modular e flexível. A arquitetura foi ampliada para gerar uma carroceria maior, com caçamba, formando uma estrutura monobloco reforçada. Mais de 85% dos metais utilizados na construção são nobres, entre os quais o aço de alta resistência avançado. Essa arquitetura será usada no segundo SUV (Projeto 551) da Jeep, que será fabricado em Pernambuco. Nos testes de impacto do fabricante, a Toro mostrou bons resultados em impactos frontais e laterais. Agora, resta aguardar os testes de impacto oficiais para ver como a Toro se comportará.
A Toro tem 4,91 metros de comprimento, largura de 1,84m, altura 1,74m, 2,99m de entre-eixos. O volume da caçamba é de 820 litros e capacidade carga é de 650 kg para a opção flex, enquanto as versões a diesel levam 1.000 kg.
No trabalho de isolamento acústico, a marca usou a versão diesel de referência. E todos os materiais foram replicados na versão flex. Segundo a Fiat, o isolamento acústico da versão flex está superdimensionado, deixando a picape ainda mais silenciosa.
A marca não poupou custos no pacote acústico, para minimizar o aparecimento de ruídos. Para absorver o barulho vindos do teto, como o de chuva, foi usada uma espuma de 4mm no acabamento do teto.
Uma pena a marca não ter investido recursos para que o recebesse materias sensíveis ao toque, como no Jeep Renegade. Questionado, o fabricante diz que, no segmento, o uso de plástico emborrachado não é usual. Entretanto, como o discurso do fabricante é oferecer um produto diferenciado, esse material daria aspecto bem melhor ao interior da picape.
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Meia irmã do Jeep Renegade, o da Toro lembra bastante o do SUV. O acabamento é bom, e a ergonomia também é boa, com comandos bem posicionados. O quadro de instrumentos mescla marcadores digitais e analógicos. As informações do computador de bordo são exibidas numa tela central no meio do cluster.
Novamente ignorando a existência da Duster Oroch, a Fiat afirma que a Toro é a única picape que usa um sistema multilink nas rodas traseiras. Andando em piso liso com a versão topo de linha, a picape não tem o tradicional “pula pula” das picapes médias concorrentes. Trafegando em calçamento com três ocupantes e caçamba vazia, a picape transferiu pouco as imperfeições do solo. Quesito a ser confirmado quando a picape chegar para testes.
“Temos um ajuste específico para cada versão, desde o modelo de entrada, com motor flexível, tração dianteira e capacidade de carga de 650 kg, até a topo de linha, que tem motor turbodiesel, tração 4×4, pneus de uso misto e pode levar uma tonelada”, explica o engenheiro Paulo Papatela, da área de Dinâmica Veicular.
Os motores são o 1.8 E.torQ Evo flex e o 2.0 JTD Turbodiesel. O propulsor flex rende 135 cv de potência com gasolina a 5.750 rpm e 18,8 kgfm de torque a 3.750rpm. Com etanol, os números sobem para 139 cv a 5.750 rpm e 19,3kgfm a 3.750 rpm. Já o diesel tem potência de 170 cv a 3.750 rpm e torque de 35,7 kgfm a 1.750 rpm. Os câmbios são o manual de seis velocidades e os automáticos de seis velocidades (Aisin) e de nove marchas (ZF).
A Toro inaugura um novo conceito de design entre os produtos da marca. O grande charme do modelo são os dois conjuntos óticos integrados, chamados de Split Lighting. O primeiro grupo óptico traz as luzes de posição (iluminadas por LEDs) e de indicador de direção. e também pode contar com a luz DRL (Daytime Running Lamp), com iluminação a LEDs de alta intensidade. Já o segundo é responsável pelas funções de iluminação de profundidade. Ele oferece ótima visibilidade em distância e em curvas, e fica integrado à grade principal, que conta com barras tridimensionais.
Nas laterais, a Toro tem linha de cintura alta e as caixas de rodas são alargadas.
“O conceito Wrap Around, que envolve com velocidade e conecta todos os elementos da superfície externa do Toro, utiliza-se dessa curvatura e integra totalmente a traseira ao resto do SUP, exclusividade na categoria”, afirma Daniel Dozza Gerzson, lead designer do Fiat Toro.
Na traseira, a porta se abre em duas partes assimétricas para os lados. A logo com tipologia da linha comercial fica no centro da tampa e serve como maçaneta de abertura. As lanternas traseiras com LEDs são horizontais e invadem as laterais da picape. O para-choque abriga a placa de identificação.
Fotos | Fiat/Divulgação