O encerramento da produção do Vectra no Brasil (veja aqui), em decorrência da chegada iminente de seu substituto, o Cruze, fez despertar um sentimento de nostalgia em vários consumidores. Fenômeno natural, pois o sedã permaneceu no mercado nacional por 15 anos (de 1996 a 2011) e foi sonho de consumo da classe média. Um fato muito noticiado pela imprensa especializada, mas ainda obscuro para grande parte do público, é o de a terceira geração do modelo nacional não ser equivalente ao homônimo feito pela Opel. g66c
O veículo, desenvolvido pela filial brasileira, nada mais é do que uma versão sedã do Astra que os consumidores europeus conheceram em 2004. Aliás, o projeto nacional chegou a ser comercializado em alguns mercados do velho continente, exatamente sob a designação de Astra Sedã. O primeiro Vectra, lançado no Brasil em 1993, e do segundo, apresentado aqui em 1996, eram iguais aos homônimos europeus. Essa diferenciação ocorreu, antes de mais nada, para reduzir os custos de produção. Assim sendo, achei conveniente mostrar com mais detalhes o legítimo Vectra C, um ilustre desconhecido para a maior parte dos brasileiros.
O acabamento interno estava pior, com uso plástico rígido nas portas e no , além do compartilhamento de muitas peças com outros modelos da marca. A sofisticada suspensão traseira multilink, que havia chegado à indústria nacional junto com o Vectra de segunda geração, havia cedido lugar ao menos eficiente eixo rígido. Até os amortecedores para sustentar o capô foram suprimidos.
As dimensões externas dos dois modelos eram bastante parecidas, com exceção da largura, o que explica a desvantagem do sedã brasileiro em espaço transversal. A versão local tem 4,59 metros de comprimento, 1,73 de largura, 1,45 de altura e 2,70 de distância entre-eixos. No Vectra europeu, as respectivas medidas ficavam em 4,61, 1,81, 1,46 e 2,71.
Na Europa o Vectra sempre ofereceu mais opções de motorização que no Brasil. Aliás, isso não é exclusividade do sedã da GM: todos os modelos que cruzam o atlântico dispõem de maior variedade de propulsores por lá do que por aqui. A terceira geração estrangeira teve blocos Ecotec de quatro e seis cilindros, aspirados e turboalimentados, partindo de um 1.6 de 100 cv até um 2.8 de 230 cv. Havia ainda a linha de motores movida a diesel, com sistema Common Rail, que começava com um 1.9 de 100 cv a chegava a um 3.0 de 184 cv.
Por aqui, houve o 2.0 de oito válvulas flex, que no começo gerava 121/128 cv com gasolina e etanol, na ordem, e posteriormente, junto com a reestilização de 2009, ou a debitar 133/140 cv. No começo, também existiu um 2.4 de 16 válvulas, com 148/150 cv, sempre acoplado ao câmbio automático de quatro velocidades.
Fotos | Opel/Divulgação