Stellantis deixará de oferecer cinco motores no Brasil, a Hyundai perderá dois e Mitsubishi não produzirá mais o 2.4 Turbodiesel
A partir do dia 1° de janeiro de 2025, o Proconve L8 entrará em vigor no Brasil, com novos regimes de emissões ainda mais rigorosos. Por conta da nova fase, oito motores deixarão de ser fabricados e a Mitsubishi fechará sua fábrica de motores em Catalão (GO).
A HPE Motores lançou recentemente sua nova picape média Triton que será equipada com um novo motor importado. Por conta dos novos regimes do Proconve L8, o grupo deixará de produzir o motor 2.4 Turbodiesel atual, o que resultará no fechamento de sua fábrica de motores, que entrou em operação em 2013, saiba mais aqui.
Os custos para adaptar o antigo motor são altos, ficando mais barato fechar a fábrica e importar um novo conjunto.
Stellantis deixará de ofertar cinco motores
No entanto, dos grupos automotivos que atuam no Brasil, a Stellantis será a mais prejudicada pelo Proconve L8. A partir do dia 1° de janeiro de 2025, o grupo não poderá mais equipar sua gama de modelos que contam com os motores 1.0 Fire EVO, 1.4 Fire, 1.6 EC5, 1.6 THP e também o 2.0 Turbodiesel.
O motor 1.0 Fire EVO que equipa o Fiat Mobi e 1.4 Fire EVO que equipa o Fiat Fiorino e seu irmão Partner Rapid deixarão de ser fabricados. No caso dos modelos italianos, a marca tem motores mais modernos e também mais caros para equipar o hatch e seu furgão.
O Fiat Mobi trocará o antigo motor 1.0 Fire EVO, voltando a ser equipado com o motor 1.0 Firefly, que mesmo sendo mais novo também recebeu atualizações para atender as novas normas do Programa Proconve L8. Tanto que ele deverá receber o sobrenome ECO. Junto com o novo motor, o compacto também terá de volta a direção com assistência elétrica.
Já os Fiat Fiorino e Peugeot Partner Rapid irão trocar o motor 1.4 Fire EVO pelo motor 1.3 Firefly, assim como o hatch, os furgões também terão direção com assistência elétrica.
No entanto, os motores 1.6 EC5 e 1.6 THP que equipavam modelos da Citroën e da Peugeot também sairão de cena por conta dos novos regimes de emissões do Programa Proconve L8.
Pelos lados da Peugeot, o único que ainda usava o motor 1.6 era o 208, mas logo no começo deste ano, a marca sa abandonou seu uso. Já o 2008 que contava com os motores 1.6 aspirado e 1.6 THP teve sua produção encerrada no fim de 2023.
Ambos os motores ainda equipavam versões do Citroën C4 Cactus que teve seu fim de produção confirmado pela marca recentemente.
Apesar de deixar de ser oferecido no mercado brasileiro, o motor 1.6 EC5 seguirá em produção por mais tempo para atender alguns mercados da América do Sul, já que ele equipa versões do Citroën C3 Aircross e do Basalt.
Outro motor que deixará de ser oferecido no mercado brasileiro pela Stellantis é o 2.0 Turbo Diesel que equipa versões da Fiat Toro, Jeep Com e Commander.
A picape média compacta italiana e o SUV de sete lugares da Jeep, arão a usar o novo motor 2.2 Turbodiesel de 200 cv de potência e torque de 45,9 kgfm. O Com é dúvida e não deverá contar com o motor diesel em 2025.
Já o excelente motor 1.6 THP fruto de uma parceria da antiga PSA com a BMW deixará de ser produzido.
A Hyundai também deixará de comercializar no Brasil o motor 1.6 Flex Gamma que equipa o Creta Action e 2.0 SmartStream que equipava o Creta Nova Geração. O 1.6 não teve substituto, já 2.0 da versão topo de gama do SUV deu lugar ao 1.6 TGDi.
Motores atuais também terão mudanças
Sem exceção, todos os fabricantes e importadores que atuam no Brasil terão que atualizar seus motores para atender o Programa Proconve L8.
Mesmo a Stellantis com seus motores 1.0 e 1.3 Firefly e os turbos 1.0 Turbo 200 e 1.3 Turbo 270 Flex também terão que ar por ajustes para atender o Proconve L8. As mudanças não se concentram só no motor, há mudanças até em tanques de combustível.
Protótipos de modelos de Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram estão aos montes nas estradas mineiras para os testes de adequação ao novo regime de emissões.
A Aliança Renault-Nissan, por exemplo, segue avaliando protótipos do Nissan Kicks para adequar seu motor 1.6 e a Renault avalia o Kwid com seu motor 1.0 SCe, Oroch e Duster com seus motores 1.6 e 1.3 TCe.
Nesta semana, a General Motors apresentou os motores 1.0 Turbo Flex e 1.2 Turbo Flex que receberam injeção direta de combustível e outras mudanças para ficarem aptos à atender o PL8, equipando versões do Tracker e da Montana. A marca ainda não anunciou, mas os motores 1.0 aspirados de Onix e Onix Plus também terão mudanças, recebendo injeção direta de combustível.
Chevrolet S10 e Trailblazer receberam no primeiro semestre um novo motor 2.8 Turbodiesel já adequado ao programa Proconve L8.
A GM não irá tirar nenhum motor de linha, até mesmo veterano motor 1.8 equipa o Chevrolet Spin, já está apto a atender os novos protocolos de emissões. Aliás, o motor será o mais velho em atividade no Brasil em 2025.
A Volkswagen também terá que atualizar os motores 1.0 MPI, 1.0 Turbo Flex 170 TSI e 200 TSI, além do 250 TSI. As mudanças vão além do motor, para atender as exigências do programa de emissões, o tanque do VW Nivus 2025 teve sua capacidade reduzida para acomodar novos equipamentos de controle de emissões evaporativas de combustível.
No entanto, a marca terá muito trabalho para adequar o motor 1.6 MSI da VW Saveiro para que ela siga em oferta no próximo ano.
Carros também deixarão de ser produzidos
E não são só motores que deixarão de ser fabricados ou ofertados no Brasil. Alguns carros já tinham saído quando o Proconve L7 entrou em vigor no em 1° de janeiro de 2023, como os Fiat Uno, Volkswagen Gol e Voyage, entre outros modelos.
Por conta do novo PL8, além de motores, alguns carros deixarão de ser produzidos com o Citroën C4 Cactus, todas versões da Mitsubishi L200 e o Creta Action 1.6.
Apesar do Programa Proconve L8 entrar em vigor no dia 1° de janeiro de 2025, carros com motores PL7 poderão ser vendidos até março do próximo ano.
Foto principal | Fiat/Divulgação
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